Antes de podermos falar sobre o que é a adoração, qual o seu significado, temos que começar com quem Deus é. Deus é o foco da nossa adoração, mas às vezes damos pouca atenção à Sua pessoa e Suas ações e não nos aprofundamos o suficiente para perceber com quem estamos nos relacionando. Deus é o nosso Criador, é o nosso Rei, é o Deus Trino, e nosso Salvador na pessoa de Jesus Cristo.
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia.
Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.” Colossenses 1:15-20
Passos bíblicos essenciais à adoração
Primeiro, precisamos nos aproximar de Deus, o que é impossível com o pecado reinando no coração. Jesus garantiu que Nicodemos não teria chance de ver o Reino, muito menos o Rei, se não nascesse da água e do Espírito. A água representa o arrependimento e o Espírito o nosso Paracleitos (advogado) para nos apresentar diante de Deus.
A mulher samaritana também foi informada de que adoração não requer tempo nem local especial. O que Deus procura é a verdadeira adoração em Espírito e em verdade. A verdade inclui uma visão correta sobre Deus: infinitamente santo e impossibilitado de aceitar ou ser cúmplice do pecado. Inclui, igualmente, uma visão correta de nós mesmos e de como podemos nos “limpar” para poder entrar na gloriosa presença de Deus.
Jesus falou para Pedro, no Cenáculo, na mesma noite em que foi traído: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo” (João 13:8). O simbolismo da lavagem dos pés não nos permite pensar de outra forma senão na necessidade de perdão para adorarmos em verdade. João escreve para seus filhinhos na fé acerca da importância do reconhecimento e confissão do pecado. Admitindo nossa maldade e crendo no sacrifício purificador da morte de Jesus por nós, podemos contar com a fidelidade do Senhor para perdoar os nossos pecados e nos purificar de todo pecado (I João 4:9).
Exatamente como na adoração no Tabernáculo e no Templo, onde o adorador não tinha acesso à “habitação de Deus” sem primeiro passar pelo altar do sacrifício – ali um animal inocente tomava sobre si o pecado do homem culpado – nós também, somente após a devida purificação, somos como adoradores, autorizados a entrar no Santo Lugar. Davi perguntou sobre quem poderia subir o nome do Senhor. Sua resposta foi: “Aquele que tem mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos…” (Salmo 24: 3,4).
Segundo, é necessário exercer a fé, sem a qual é impossível agradar a Deus. Precisamos invocá-lo e crer que Ele nos ouve, que Ele fala conosco através da Sua palavra. Adorar é também orar e pedir sua intervenção gloriosa em nossas vidas, famílias, nações e no mundo todo. Não devemos esquecer de clamar pelos perdidos e por missões.
Terceiro, precisamos declarar suas grandezas e as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Elas devem ser anunciadas, principalmente o seu amor e a sua salvação entre as nações. A Bíblia manda que façamos todos saberem que o seu nome é exaltado.
Quarto, devemos cantar seus louvores, reconhecendo com júbilo e alegria que Ele é nosso Deus.
Quinto, a obediência faz parte da adoração bíblica: “A obediência é melhor do que sacrifício”, Samuel lembra a Saul. Sendo Ele Senhor nosso, ao comer, beber ou fazer qualquer outra coisa, temos a responsabilidade de fazer tudo para sua glória. Repartir com os necessitados faz, igualmente, parte integral da adoração.
Muitas práticas externas nos cultos não fazem parte essencial da adoração bíblica. Agradam mais ao auditório ou aos dirigentes do que a Deus. Pastores e líderes das comunidades têm a importante responsabilidade de fazer tudo o que puderem para incluir o que é essencial à adoração e excluir o que distrai desse propósito.
Pr. Russel Sheed
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