Sola Scriptura

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.  (2 Timóteo 3:16-17)

A Palavra de Deus é infalível e inerrante! Essa verdade pode ser afirmada com muita convicção. Eis uma verdade absoluta e linda por ser a prova do amor de Deus para com todos nós, nos dando a oportunidade de conhecer Seu Filho e  ver como é perfeito, como não falha e como tudo convergiu e ainda converge para a glória dEle somente! Assim, aprouve a Ele revelar sua verdade à nós e, além, disso inspirar essa mensagem para ser direcionada a nós por meio de vários autores de vários momentos e contextos históricos.

A Bíblia não se engana

Quanto à sua inerrância, a Bíblia testemunha de si mesma e também cria testemunhas acerca de si. Ela mostra Cristo citando partes da bíblia, o próprio diabo citando parte da bíblia, profetas citando e afirmando coisas da parte de Deus de maneira que não entra em nenhum conflito lógico ou contradição com outras partes do texto, porque, embora haja dualidades, paradoxos e antinômios, não há erro algum.

Além disso, podemos percebê-la de maneira palpável por meio da autêntica transformação de pessoas depravadas em filhos de Deus. É um livro único, tanto por ser especialmente inspirado e, consequentemente, o livro mais valioso existente, quanto por ter aproximadamente 40 autores e, mesmo assim, não apresentar nenhum tipo de divergência teológica.

Toda escritura é divinamente inspirada (2 Tim. 3.16)

Quanto à sua inspiração, percebemos o caráter de Deus zeloso e paciente. Ele se revela de maneira progressiva e em tempos bem distintos, como quem não tem pressa. Com efeito, a revelação sozinha não é suficiente, pois do que adianta homens escreverem acerca de Deus na história, se o fizessem de maneira totalmente livre, sem nenhum tipo de fiscalização? Nos seria permitido dizer que os escritos são da parte de homens, somente, e não da parte de Deus. É aí que entra a inspiração, porque ela é o que garante a infalibilidade das escrituras pelo fato de o Espírito Santo incomodar e direcionar os escritores a dissertarem da maneira que Ele queria que fosse.

Então o próprio Deus fez sua Palavra ser como era para ser: homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1:21). Isso se deu de maneira orgânica e verbal, no sentido em que – sem perder a essência de sua divina e poderosa Palavra, tal como conservá-la coerente e rica em aplicações pessoais – há traços de personalidade de cada autor que, como instrumento usado, participou da sua composição. Por isso, conseguimos perceber uma característica poética e sentimental em Davi, profundamente intelectual e pastoral em Paulo, amorosa em João, entre outros.

Suficiente: aquilo que satisfaz ou que basta

Quanto à sua suficiência, vemos como a Palavra de Deus, embora não seja exaustiva em todos os assuntos, nos auxilia e nos guia em todo e qualquer assunto. Isso se dá pelo fato dela trabalhar com leis de qualquer âmbito da sociedade, seja familiar, político, econômico ou até mesmo jurídico. Trabalha com princípios, nos permitindo entender, por exemplo, que o mandamento do sábado, hoje, não é literalmente aplicável como obrigação de cultuar ou de não fazer nada no sábado, mas como um dia de descanso intencional, cujo objetivo seja contemplar a Deus, seja domingo ou até mesmo quarta. De igual modo, a Bíblia não fala de namoro de maneira específica, mas sabemos que há um chamado para a santidade dentro do relacionamento, em contraste com o atual caos emocional mundano que nos rodeia e tenta nos seduzir diariamente.

Percebemos o Espírito atuando em nós através da escritura e através de nós por meio das Escrituras, de tão poderosa que é e igualmente essencial para a vida. Podemos dizer que assim como necessitamos do alimento material, precisamos todos os dias estarmos cheios da Bíblia, para sabermos lidar com as diversas situações da vida, para aprendermos a pecar menos e assim agradá-lo mais através da nossa fé diária, correspondente à sua palavra. O Espírito Santo até mesmo ilumina, no sentido em que ele nos auxilia a entendermos a sua própria Palavra, por isso não são todos o que leem e compreendem, porque só se entende o que é espiritual com olhos espirituais e isso é poderoso. Como C. H. Spurgeon argumentava acerca de sua poderosa suficiência, ela é assemelhada a um leão. Muito mais do que nos preocuparmos em defendê-la enjaulada, como se Deus precisasse de ajuda, devemos simplesmente soltá-la e deixar que ela estraçalhe homens, dividindo alma e espírito, juntas e medulas (Hb 4:12).

 

por David Miranda

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